Ciência e Religião, Imortalidade da Alma

Alma imortal

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Estabelecida a existência da alma, impõe-se desde logo o problema da imortalidade. Aí está uma questão da maior importância, pois a imortalidade é a única sanção que se oferece à lei moral, a única concepção a satisfazer nossas ideias de justiça e responder às mais elevadas esperanças da raça humana.

Vimos, cientificamente falando, que nada se aniquila no Universo. Quando a Química e a Física nos demonstram que nenhum átomo se perde, que nenhuma força se desvanece, como acreditar que essa unidade na qual se resumem todas as potências intelectuais, chegue a se dissolver? Como acreditar que esse eu consciente, em que a vida se desprende das cadeias da fatalidade, possa aniquilar-se?

Se a morte fosse a última palavra de todas as coisas, se nossos destinos se limitassem a essa vida fugidia, teríamos essas aspirações por um estado melhor, por um estado perfeito, do qual nada na Terra pode nos dar ideia? Teríamos essa sede de conhecer, de saber, que nada pode apaziguar? Se tudo cessasse no túmulo, por que essas necessidades, esses sonhos, essas tendências inexplicáveis? Esse grito poderoso do ser humano que ecoa através dos séculos, essas esperanças infinitas, esses impulsos irresistíveis para o progresso e a luz, seriam apenas os atributos de uma sombra passageira, de uma agregação de moléculas apenas formada, e logo desfeita? O que é então a vida terrestre, tão curta que não nos permite nem mesmo, na sua maior duração, atingir os marcos da Ciência; tão cheia de impotência, de amargura, de desilusão, que nela nada nos satisfaz inteiramente; a tal ponto que depois de haver obtido o objeto dos nossos desejos, tornamo-nos insaciáveis e nos deixamos levar na direção de um objetivo sempre mais distante, mais inacessível? A persistência que pomos em perseguir, apesar das decepções, um ideal que não é desse mundo, uma felicidade que nos foge sempre, é uma indicação suficiente de há mais alguma coisa além da vida presente. A Natureza não poderia dar ao ser aspirações, esperanças irrealizáveis. As necessidades ilimitadas da alma reclamam, forçosamente, uma vida sem limites.

 

Fonte: texto extraído do livro “Depois da Morte”, de Léon Denis.

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