Doutrina Espírita, O Bem e o Mal

O que é o mal, segundo a Doutrina Espírita?

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O mal, oposição à lei divina, não pode ser a obra de Deus; é então a obra do homem, a conseqüência da sua liberdade. Em princípio, o mal, como a sombra, não tem existência real: é mais um efeito de contraste. As trevas se dissipam diante da luz; assim como o mal se desvanece desde que o bem aparece. O mal, em uma palavra, é apenas a ausência do bem.

Ora, diz-se, às vezes, que Deus poderia ter criado almas perfeitas e poupar-lhes assim das vicissitudes da vida terrestre. Sem pesquisar se Deus teria podido formar seres semelhantes a ele, nós responderemos que, desse fato, a vida e a atividade universais, a variedade, o trabalho, o progresso não teriam tido um objetivo; o mundo seria congelado na sua imóvel perfeição. A magnífica evolução dos seres através dos tempos não é preferível a um morno e eterno repouso? Um bem que não se merece nem se conquistou seria um bem, e aquele que se obteria sem esforço poder-se-ia apreciar-lhe o valor?

Diante da vasta perspectiva das nossas existências das quais cada uma é um combate pela luz; diante dessa ascensão grandiosa do ser elevando-se de círculos em círculos para o perfeito, o problema do mal desaparece.

Sair das baixas regiões da matéria e gravitar todos os degraus da hierarquia dos espíritos, libertar-se do jugo das paixões e conquistar uma a uma todas as virtudes, todas as Ciências, tal é o objetivo para o qual a providência formou as almas e dispôs os mundos, teatros predestinados de nossas lutas e de nossos trabalhos.

Creiamos nela e bendigamo-la! Creiamos nessa providência generosa que tudo fez pelo nosso bem; lembremo-nos de que se parece que a existência tem lacunas na sua obra, elas provêm apenas da nossa ignorância e da nossa insuficiente razão. Creiamos em Deus, grande espírito da Natureza, que preside o triunfo definitivo da justiça no Universo. Tenhamos confiança na sua sabedoria, que reserva compensações a todos os sofrimentos, alegrias a todas as dores, e avancemos com um coração firme os destinos que ele nos escolheu.

É belo, consolador e doce poder caminhar na vida, a fronte erguida para os céus, sabendo que, mesmo nas tormentas, no meio das provas mais cruéis, no fundo dos cárceres como na beira dos abismos, uma providência, uma lei divina plana sobre nós, rege nossos atos; que de nossas lutas, de nossas torturas, de nossas lágrimas, ela faz sair nossa própria glória e nossa felicidade. É nesse pensamento que está toda a força do homem de bem.

 

Fonte: extraído do livro “Depois da Morte”, de Léon Denis. Gráfica e Editora Léon Denis. 

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