Doutrina Espírita, Dúvidas dos leitores

Diante do avanço da ciência como crer na vida em outros planetas?

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Prezado leitor,

O primeiro ponto que abordamos refere-se à sua afirmativa: “…com a tecnologia de hoje nós podemos afirmar com uma certa certeza que não há nenhum vestígio de civilização em nenhum desses planetas”.

Nosso entendimento é diferente. A ciência vem avançando fortemente na direção de comprovação da existência de vida além da Terra. Veja a matéria que publicamos em nosso site “As chances de haver vidas em outros planetas são muito altas”.

Em segundo lugar, selecionamos um texto importante que deve nortear todas as nossas tentativas de interpretação para além dos escritos nas obras literárias espíritas. Trata-se da 3ª questão do Livro dos Espíritos. Veja:

Poderíamos dizer que Deus é o infinito?

— Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, insuficiente para definir as coisas que estão além de sua inteligência”.

Esta mesma pobreza de linguagem se aplica a qualquer interpretação que queiramos dar para tema tão complexo.

Mas, vale ressaltar, que no Evangelho Segundo o Espiritismo estão boa parte das respostas às suas dúvidas e por ora é o que a espiritualidade nos permite conhecer sobre o assunto. Deixemos que a ciência avance e nos traga mais informações a respeito.

Como “moradores” de um planeta ainda com baixo padrão vibratório, devemos nos dedicar mais à nossa edificação moral, através de nossa reforma íntima e da caridade junto a todos aqueles cujo nosso esforço físico, emocional e intelectual puder alcançar. É isso que nosso Mestre espera de nós neste momento tão especial de nossas vidas.

Veja agora os trechos que selecionamos para sua leitura, extraídos do Evangelho Segundo o Espiritismo.

“Do ensinamento dado pelos Espíritos, resulta que os diversos mundos possuem condições muito diferentes uns dos outros, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Dentre eles, há os que são ainda inferiores à Terra, física e moralmente. Outros estão no mesmo grau, e outros lhe são mais ou menos superiores, em todos os sentidos. Nos mundos inferiores a existência é toda material, as paixões reinam soberanas, a vida moral quase não existe. À medida que esta se desenvolve, a influência da matéria diminui, de maneira que, nos mundos mais avançados, a vida é por assim dizer toda espiritual.

Embora não possamos fazer uma classificação absoluta dos diversos mundos, podemos, pelo menos, considerando o seu estado e o seu destino, com base nos seus aspectos mais destacados, dividi-los assim, de um modo geral: mundos primitivos, onde se verificam as primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e de provas, em que o mal predomina; mundos regeneradores, onde as almas que ainda têm o que expiar adquirem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos felizes, onde o bem supera o mal; mundos celestes ou divinos, morada dos Espíritos purificados, onde o bem reina sem mistura. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiações e de provas, e é por isso que nela está exposto a tantas misérias.

Tomando a Terra como ponto de comparação, pode fazer-se uma ideia do estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes no grau evolutivo dos povos selvagens e das nações bárbaras que ainda se encontram em nosso planeta, como restos do seu estado primitivo. Nos mundos mais atrasados, os homens são de certo modo rudimentares. Possuem a forma humana, mas sem nenhuma beleza; seus instintos são temperados por nenhum sentimento de delicadeza ou benevolência, nem pelas noções do justo e do injusto; a força bruta é sua única lei. Sem indústrias, sem invenções, dedicam sua vida à conquista de alimentos.

Nos mundos que atingiram um grau superior de evolução, as condições da vida moral e material são muito diferentes das que encontramos na Terra. A forma dos corpos é sempre, como por toda parte, a humana, mas embelezada, aperfeiçoada, e sobretudo purificada. O corpo nada tem da materialidade terrena, e não está, por isso mesmo sujeito às necessidades, às doenças e às deteriorações decorrentes do predomínio da matéria. Os sentidos, mais sutis, têm percepções que a grosseria dos nossos órgãos sufoca. A leveza específica dos corpos torna a locomoção rápida e fácil. Em vez de se arrastarem penosamente sobre o solo, eles deslizam, por assim dizer, pela superfície ou pelo ar, pelo esforço apenas da vontade, à maneira das representações de anjos ou dos manes dos antigos nos Campos Elíseos.

A pouca resistência que a matéria oferece aos Espíritos já bastante adiantados, facilita o desenvolvimento dos corpos e abrevia ou quase anula o período de infância. A vida, isenta de cuidados e angústias, é proporcionalmente muito mais longa que a da Terra. Em princípio, a longevidade é proporcional ao grau de adiantamento dos mundos. A morte não tem nenhum dos horrores da decomposição, e longe de ser motivo de pavor, é considerada como uma transformação feliz, pois não existem dúvidas quanto ao futuro. Durante a vida, não estando à alma encerrada numa matéria compacta, irradia e goza de uma lucidez que a deixa num estado quase permanente de emancipação, permitindo a livre transmissão do pensamento.

No vosso mundo, tendes necessidade do mal para sentir o bem, da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde. Lá, esses contrastes não são necessários. A eterna luz, a eterna bondade, a paz eterna da alma, proporcionam uma alegria eterna, que nem as angústias da vida material, nem os contatos dos maus, que ali não tem acesso, poderiam perturbar. Eis o que o Espírito humano só dificilmente compreende. Ele foi engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas jamais pôde representar as alegrias do céu. E isso por que? Porque, sendo inferior, só tem experimentado penas e misérias, e não pode entrever as claridades celestes. Ele não pode falar daquilo que não conhece. Mas, à medida que se eleva e se purifica, o seu horizonte se alarga e ele compreende o bem que está à sua frente, como compreendeu o mal que deixou para trás.

Esses mundos afortunados, entretanto, não são mundos privilegiados. Porque Deus não usa de parcialidade para nenhum, de seus filhos. A todos os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarem até lá. Fez que todos partissem do mesmo ponto, e não dota a uns mais do que os outros. Os primeiros lugares são acessíveis a todos: cabe-lhes conquistá-los pelo trabalho, atingi-los o mais cedo possível, ou abandonar-se durante séculos e séculos no meio da escória humana”.

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