A Páscoa, Jesus

Por que a compreensão da Páscoa pode realmente mudar a sua vida?

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Na Páscoa, os cristãos celebram a ressurreição de Jesus Cristo.

E deste acontecimento “miraculoso” e pouco compreendido para muitos se seguiu a adoração da figura do Mestre Nazareno, como o filho do Pai e maior símbolo da fé Cristã.

A compreensão da essência de Seus conselhos celestiais é, até os dias de hoje, de difícil assimilação, e maior ainda é a dificuldade de colocá-los em prática.

Poucos são os homens que já conseguiram compreender-Lhe os ensinamentos e seguir, firmes, em sua jornada, tomando o Mestre como o “Caminho, a Verdade e a Vida”.

E mesmo os que Lhe compreenderam a mensagem e O tomaram como O Caminho para se chegar ao Pai, mesmo estes travam grande luta interior diária para domar suas inferioridades e trilhar uma trajetória evolutiva em que, de fato, coloquem em sua pauta “Primeiro o Reino de Deus e Sua Justiça”, com a fé inabalável de que “tudo mais vos será dado por acréscimo”.

E o Mestre, conhecedor de que nossas limitações transcenderiam gerações e gerações, nos deixou Sua sabedoria através de mensagens alegóricas, sob a forma de parábolas, que se manteriam vivas e atuais, seja qual fosse a época da humanidade.

Em uma delas, de profunda magnitude, Ele nos ensinou a distinguir sobre nossos atos e comportamentos acerca do que fazemos com a mensagem de Amor e Caridade que a Boa Nova nos trouxe.

Foi através da Parábola do Semeador.

Jesus nos mostrou diversos tipos humanos em que cada um assimila e aplica a mensagem evangélica conforme seu grau de abnegação e desprendimento material. E nos mostra o objetivo que devemos perseguir.

Nesta parábola, ele cita seis diferentes formas de absorção da mensagem divina. O Semeador é Deus e nós somos os diferentes tipos de terrenos onde a semente cai para germinar. Três destas formas resultam em uma compreensão limitada e frágil do ser humano. E outras três resultam em atitudes que denotam um maior entendimento do que o Pai espera de nós.

Primeiro, Ele nos fala das sementes que caem na beira da estrada e vêm os pássaros e as comem, antes mesmo que germinem. Representam as pessoas ainda muito rudimentares em termos espirituais, que ainda não foram tocadas para viverem além do próprio egoísmo.

O segundo terreno é um terreno pedregoso, “onde não tinha muita terra, e logo nasceu, porque não tinha altura de terra. Mas saindo o sol se queimou, e porque não tinha raiz, se secou”. Retrata as pessoas que se tornam rapidamente sensíveis a palavra do Mestre nos momentos de aflição, mas ao primeiro sinal de bonança em suas vidas se tornam seduzidos pelas paixões humanas e abandonam a obra da qual inicialmente eram devotados e fervorosos instrumentos da construção divina.

Há também o terreno onde a semente germina por entre espinhos. E embora consiga germinar e crescer, as flores e os frutos não resistem aos espinhos que os asfixiam e matam. Os espinhos representam os inúmeros interesses materiais. Onde o homem, embora tenha recebido e aceito a palavra de Deus, deixou-se ser conduzido integralmente pela matéria e já não consegue destinar nenhuma parte do seu tempo para servir à obra do Pai.

De outro lado, há os bons terrenos onde além de germinar a semente produz e reproduz seus frutos. “E o que recebeu a semente em boa terra, este é o que ouve a palavra e a entende, e dá fruto, e assim um dá cento, e outro sessenta, e outro trinta por um. (Mateus, XIII: 18-23)”.

Ao demonstrar essa diferença onde “um dá cento, e outro sessenta, e outro trinta por um”, Jesus nos ensinou que mesmo naqueles que ouviram e entenderam a palavra há diferença na forma como produzem seus frutos.

Naqueles que dão “trinta por um” temos aqueles que já não vivem exclusivamente no egoísmo, vivendo apenas em torno dos seus próprios interesses. Porém, os frutos que produzem ainda são poucos. Pois, no serviço do bem compartilham com o próximo aquilo que lhes sobra, não lhes imputando alguma forma de sacrifício verdadeiro.

Nos que dão “sessenta por um”, podemos compreender daí os que já são capazes de servir dando a seus irmãos em Cristo parte daquilo que lhes faz falta, mas que lhes permite viver sem.

E nos que dão “cento por um”, além de doarem o que lhes sobra e o que lhes poderá fazer falta, doam também o seu próprio tempo, doam a si mesmo em favor do outro, dedicando seu serviço, sua palavra, sua presença, sua atenção, seu carinho, para confortar e auxiliar o próximo a viver melhor.

Pai Nosso, que os ensinamentos do Mestre Jesus ecoem sempre forte em nossos corações e que possamos compreender o significado da Páscoa para nossa transformação moral, e que isso faça de nós terrenos melhores e mais férteis para germinação do Teu Amor e fazei de nós, assim como pediu São Francisco de Assis, “Instrumentos de Vossa Paz”.

Glaucos Otoni

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1 Comment

  1. Humberto 28 de maio de 2015 at 23:25 - 

    Realmente é uma verdade. Não havia pensado assim.

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