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A profunda e muitas vezes mal compreendida afirmação de Jesus, “Meu Reino não é deste mundo”, é um dos pilares da Doutrina Espírita, oferecendo uma visão consoladora e transformadora para a existência humana. Longe de ser uma negação da vida terrena ou um convite à passividade, essa frase, conforme analisada por Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo e aprofundada por renomados estudiosos brasileiros, aponta para uma realidade espiritual e moral que transcende as limitações materiais e temporais.
A Visão de Allan Kardec: Um Reino de Natureza Espiritual
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, especificamente no Capítulo II, “Meu Reino Não É Deste Mundo”, Allan Kardec desdobra o significado dessa máxima. Jesus, ao proferi-la, não se referia a um reino de poder temporal, de riquezas materiais ou de dominação política, como os reinos terrenos da época. Pelo contrário, Ele anunciava um reino de natureza essencialmente espiritual e moral.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo II “Jesus, com essas palavras, queria dizer que seu reino não era um poder temporal, que não viera para ser rei na Terra, mas para reinar sobre os corações, para estabelecer um reino de paz e de justiça, que não se fundaria na força, mas na caridade e no amor.”
Esse reino é o da lei de Deus, que deve ser estabelecida nos corações dos homens. É um reino de paz, de justiça, de caridade e de amor, que se edifica pela transformação interior de cada indivíduo. Não se trata de um lugar físico, mas de um estado de consciência, de uma condição moral que, uma vez alcançada individualmente, se refletirá na coletividade, transformando o próprio planeta. A Terra, que hoje é um “mundo de provas e expiações”, está destinada a se tornar um “mundo de regeneração”, onde o bem prevalecerá sobre o mal. Esse é o reino que Jesus veio semear.
As Análises dos Estudiosos Brasileiros: Profundidade e Aplicação
Os grandes nomes do Espiritismo no Brasil, como Chico Xavier, Divaldo Franco, José Carlos de Lucca, Rossandro Klinjey e Haroldo Dutra Dias, dentre outros, enriquecem essa compreensão, tornando-a mais acessível e aplicável à vida moderna. Vejamos alguns exemplos:
- Chico Xavier e Divaldo Franco: Através de suas obras psicografadas, eles consistentemente reforçam a ideia da continuidade da vida e da primazia do espírito sobre a matéria. O “reino” de Jesus é, para eles, a realidade espiritual que nos aguarda e que já se manifesta em nós quando vivemos de acordo com as leis divinas. Eles enfatizam que a verdadeira felicidade e a paz não são encontradas nas posses ou no poder terreno, mas na sintonia com os valores do Evangelho, que são eternos. O reino é construído no “agora”, nas escolhas diárias de amor e serviço ao próximo, preparando-nos para as esferas mais elevadas da vida espiritual.
- José Carlos de Lucca: Com sua abordagem prática e consoladora, José Carlos de Lucca destaca que entender que o “reino não é deste mundo” liberta-nos das amarras do materialismo e da busca incessante por bens efêmeros. Ele nos convida a focar na construção de um patrimônio moral e espiritual, que é o único que nos acompanha para além da morte. Em um mundo conturbado, essa perspectiva oferece um porto seguro, uma fonte de esperança e resiliência, pois a verdadeira riqueza reside na paz de consciência e no amor cultivado.
- Rossandro Klinjey: Como psicólogo, Rossandro Klinjey aborda a frase sob uma ótica do bem-estar mental e emocional. O “reino” de Jesus é um estado de equilíbrio interior, de autoconhecimento e de superação das paixões inferiores. Ele nos convida a desconstruir a ideia de que a felicidade está em fatores externos e a buscar a plenitude dentro de nós mesmos, cultivando virtudes como a paciência, a tolerância e a compaixão. Para Klinjey, a mensagem de Jesus é um convite à saúde psíquica, à libertação das ansiedades e à construção de um propósito de vida que transcende o imediatismo.
- Haroldo Dutra Dias: Com sua erudição e profundo conhecimento dos textos evangélicos, Haroldo Dutra Dias explora a dimensão revolucionária da fala de Jesus. O “reino” que Ele propõe é uma subversão dos valores mundanos: o último será o primeiro, o humilde será exaltado, o serviço é a verdadeira grandeza. É um convite à transformação social a partir da mudança individual, onde a justiça e a fraternidade não são impostas por leis humanas, mas nascem da consciência moral de cada um. Para Haroldo, essa é a base para a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e pacífica, que reflete os valores divinos.
A Relevância para a Vida Moderna e para Aqueles que Não Creem em Deus
A compreensão de que “Meu Reino não é deste mundo” é particularmente relevante para a vida moderna, marcada por incertezas, pressões e uma busca muitas vezes infrutífera por felicidade em bens materiais. Para aqueles que não creem em Deus no sentido tradicional, essa mensagem ainda ressoa com um profundo significado:
- Propósito e Significado: Ela oferece uma perspectiva de vida que vai além do consumo e do sucesso material. Sugere que a verdadeira realização está na construção de valores internos, na contribuição para o bem comum e no desenvolvimento de virtudes que trazem paz duradoura.
- Esperança e Continuidade: Ao apontar para uma realidade espiritual, a frase insinua a continuidade da vida além da morte física. Isso pode ser uma fonte de grande consolo, diminuindo o medo do fim e incentivando a viver de forma mais plena e responsável, sabendo que as ações de hoje reverberam no amanhã.
- Deus em Nós: A Doutrina Espírita ensina que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, e que Suas leis estão inscritas em nossa consciência. O “reino” de Jesus, portanto, é a manifestação dessas leis divinas em nosso íntimo. Mesmo para quem não tem uma crença teísta formal, a busca por uma vida ética, justa e amorosa é um caminho para a harmonia interior e para a construção de um mundo melhor, refletindo a “divindade” que reside em cada ser humano.
- Transformação Social: O reino de Jesus não é um convite à fuga do mundo, mas à sua transformação. Ao mudar a si mesmo, o indivíduo contribui para a mudança da sociedade. É uma mensagem de empoderamento e responsabilidade, que nos convida a ser agentes de paz e justiça aqui e agora, construindo um futuro mais fraterno para a humanidade.
Em suma, a frase “Meu Reino não é deste mundo” é um convite à elevação moral e espiritual. É a promessa de um futuro de paz e harmonia para a humanidade, que será alcançado à medida que os indivíduos internalizarem e vivenciarem os ensinamentos de amor e caridade de Jesus. É uma crença consoladora que oferece esperança, propósito e um caminho para a verdadeira felicidade, independentemente das turbulências da vida moderna ou das concepções individuais sobre a divindade.
Fonte: Texto organizado pela Equipe Um Caminho, com apoio da ferramenta de IA Adapta, baseada no Livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec.
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