Aos que Sofrem, Dores da Alma

10 Grandes Dores da Alma e os Conselhos da Espiritualidade

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A vida humana, em sua complexidade, nos expõe a diversas experiências que, por vezes, se manifestam como profundas “dores da alma”. A Doutrina Espírita, com sua vasta compreensão sobre a natureza do ser e suas múltiplas existências, oferece um bálsamo consolador e diretrizes claras para atenuar e, por fim, superar esses sofrimentos íntimos. Ela nos convida a uma jornada de autoconhecimento e transformação, revelando que cada dor, quando bem compreendida e enfrentada, é um degrau para o progresso espiritual.

Vamos explorar dez dessas dores da alma, com base no Livro “As Dores da Alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo Espírito Hammed, e os conselhos que a espiritualidade nos oferece para aliviá-las:

1. A Melancolia e a Tristeza Indefinida

Essa dor se manifesta como um vazio existencial, uma sensação de desânimo sem causa aparente, que nos faz sentir infelizes e sem energia. É a alma que, aprisionada no corpo, anseia por uma realidade mais elevada.

  • Conselho da Espiritualidade: A espiritualidade nos ensina a resistir ativamente a essas impressões que enfraquecem a vontade. A melancolia é, muitas vezes, um reflexo da aspiração do espírito por sua verdadeira pátria. Ao invés de nos deixarmos abater, devemos buscar o conhecimento da vida espiritual e da felicidade que nos aguarda, fortalecendo nossa fé e esperança.

“Acreditai em mim, resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. Essas aspirações por uma vida melhor são inatas no espírito de todos os homens, mas não as procureis neste mundo; e agora que Deus vos envia seus espíritos para vos instruir sobre a felicidade que vos espera, elas se tornarão mais fortes.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, item 25)

2. O Desespero e o Desânimo Diante das Provas

Quando as dificuldades da vida parecem insuperáveis, o desespero pode tomar conta, levando-nos a questionar o propósito de tudo. Essa dor paralisa e impede o avanço.

  • Conselho da Espiritualidade: A Doutrina Espírita nos lembra que o desânimo é um erro e que Deus nunca nos envia um fardo maior do que podemos suportar. A prece, aliada a uma fé viva na vontade divina, é o sustentáculo da alma. As provas, por mais duras que sejam, são oportunidades de crescimento e purificação.

“O desânimo é um erro; Deus vos recusa consolações se vos falta coragem. A prece é um sustentáculo para a alma, mas não é suficiente, é preciso que ela seja apoiada sobre uma fé viva na vontade de Deus. Muitas vezes vos foi dito que ele não envia um fardo pesado para ombros frágeis; o fardo é proporcional às forças, como a recompensa é proporcional à resignação e à coragem.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, item 18)

3. O Orgulho e a Vaidade Ferida

O orgulho nos cega para nossas próprias imperfeições e nos faz sofrer com a crítica alheia ou com a necessidade de reconhecer a superioridade de outros. A vaidade, por sua vez, nos aprisiona à busca incessante por reconhecimento externo.

  • Conselho da Espiritualidade: A espiritualidade nos exorta à humildade e ao autoexame. Devemos olhar para nós mesmos com a mesma severidade com que julgamos os outros, reconhecendo que a verdadeira grandeza reside na simplicidade e na capacidade de aceitar nossas falhas.

“Por que vedes uma palha no olho do vosso irmão e não notais uma trave que está no vosso olho? […] Hipócritas, tirai primeiro a trave do vosso olho, e então vereis como podereis tirar a palha do olho do vosso irmão.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo X, item 9) “Mortificai o vosso espírito e não a vossa carne; castigai o vosso orgulho; recebei as humilhações sem vos lastimardes; esmagai vosso amor-próprio; tornai-vos insensíveis contra a dor da injúria e da calúnia, mais pungente que a dor corporal. Eis o verdadeiro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque elas serão a prova da vossa coragem e da vossa submissão à vontade de Deus.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XVII, item 11)

4. O Egoísmo e o Isolamento

O egoísmo, raiz de muitos males, nos afasta do próximo e nos condena a uma solidão interior, mesmo em meio à multidão. Ele nos impede de sentir a verdadeira alegria da partilha e do serviço.

  • Conselho da Espiritualidade: A Doutrina Espírita é enfática na necessidade de combater o egoísmo, pois ele é o maior obstáculo ao progresso moral. A caridade e o dever para com o próximo são os antídotos, pois nos conectam à grande família universal e nos trazem a verdadeira paz.

“O egoísmo, essa chaga da humanidade, deve desaparecer da Terra, pois atrasa o seu progresso moral… Expulsai o egoísmo da Terra, para que ela possa subir na escala dos mundos, porque é chegado o tempo em que a humanidade deve vestir o seu traje viril, e para isso é preciso, em primeiro lugar, expulsar o egoísmo dos vossos corações.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XI, item 11) “O dever é o mais belo adorno da razão; ele nasce dela, como o filho nasce da sua mãe. O homem deve amar o dever, não porque ele o preserve dos males da vida, aos quais a humanidade não pode subtrair-se, mas porque ele dá à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XVII, item 7)

5. A Inveja e o Ciúme

Esses sentimentos roedores consomem a alma, impedindo-nos de desfrutar do que temos e nos lançando em um tormento perpétuo pela busca do que o outro possui.

  • Conselho da Espiritualidade: A libertação desses “vermes roedores” vem do contentamento com a própria condição e da capacidade de se alegrar com a felicidade alheia. A espiritualidade nos convida a focar em nosso próprio progresso, sem nos compararmos com os outros.

“Inversamente, de quantos tormentos se livra aquele que sabe se contentar com o que tem, que vê sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que realmente é.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, item 23)

6. O Remorso e a Culpa

O peso das faltas cometidas pode gerar um remorso lancinante, que atormenta o espírito e impede a paz interior, mesmo após a desencarnação.

  • Conselho da Espiritualidade: O remorso é o primeiro passo para a regeneração. A espiritualidade nos ensina que o sofrimento decorrente do remorso é uma oportunidade de purificação e que a reparação do mal praticado, aliada ao arrependimento sincero, é o caminho para a libertação. Não há faltas irremissíveis.

“O arrependimento acarreta o pesar, o remorso, o sentimento doloroso, que é a transição do mal para o bem, da doença moral para a saúde moral.” (O Céu e o Inferno, Capítulo IV, “O Castigo”) “As provações da vida, quando bem suportadas, fazem progredir; como expiações, elas apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida e cura o doente.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, item 10)

7. A Ingratidão e as Decepções Afetivas

A dor causada pela ingratidão de pessoas queridas ou pelas decepções em relacionamentos pode ser profundamente dilacerante, levando à desconfiança e ao endurecimento do coração.

  • Conselho da Espiritualidade: A espiritualidade nos convida a lastimar os ingratos, pois eles são os verdadeiramente infelizes. O perdão incondicional, que lança um véu sobre o passado, é a chave para nossa própria libertação e para manter a capacidade de amar.

“São; porém, deveis lastimar os ingratos e os infiéis: serão muito mais infelizes do que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará mais tarde com corações insensíveis, como ele o foi.” (O Livro dos Espíritos, item 937) “O verdadeiro perdão, o perdão cristão, é aquele que tudo esquece, lançando um véu sobre o passado; esse é o único tipo de perdão que será considerado, porquanto Deus não se contenta com as aparências, Ele sonda o fundo do coração e os mais secretos pensamentos.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo X, item 14)

8. A Dúvida e a Incredulidade

A falta de certeza sobre o propósito da vida, a existência de Deus ou o destino após a morte pode gerar uma angústia profunda, um vazio que nenhuma conquista material consegue preencher.

  • Conselho da Espiritualidade: O Espiritismo se apresenta como o Consolador prometido por Jesus, trazendo o conhecimento que dissipa a dúvida. Ele oferece uma visão lógica e racional da vida, do universo e do futuro, fundamentada na observação e na experiência, não apenas na fé cega.

“Assim, o Espiritismo proporciona o que Jesus disse sobre o consolador prometido: conhecimento dos fatos, que faz com que o homem saiba de onde veio, para onde vai e por que está na Terra; retorno aos verdadeiros princípios da lei de Deus, e consolação pela fé e pela esperança.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo VI, item 4)

9. O Medo da Morte

O temor do fim, do desconhecido, da separação definitiva dos entes queridos, é uma dor ancestral que aflige a humanidade.

  • Conselho da Espiritualidade: A Doutrina Espírita transforma a perspectiva da morte, revelando-a não como um fim, mas como uma transição natural para uma vida mais plena. A certeza da sobrevivência da alma e da continuidade dos laços afetivos dissipa o medo e traz serenidade.

“A calma e a resignação, adquiridas na forma de considerar a vida terrestre e na fé no futuro, dão ao espírito uma serenidade que é a melhor defesa contra a loucura e o suicídio.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, item 14) “A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação.” (O Céu e o Inferno, Capítulo II, item 10)

10. O Tédio e a Inutilidade

A sensação de que a vida não tem propósito, de que se vive sem realizar algo significativo, pode levar a um tédio profundo e a um sentimento de inutilidade, que se torna um verdadeiro suplício para o espírito.

  • Conselho da Espiritualidade: A ociosidade é contrária à lei do progresso. A espiritualidade nos impulsiona à atividade útil, ao serviço ao próximo e ao desenvolvimento de nossas faculdades. A verdadeira felicidade reside na contribuição para o bem comum e no constante aprimoramento.

“A inação, a inutilidade ser-nos-ia um suplício. A minha missão é guiar centros espíritas aos quais inspiro bons pensamentos, ao mesmo tempo que me esforço por neutralizar os sugeridos por maus Espíritos.” (O Céu e o Inferno, Capítulo VII, “Um Espírito Aborrecido” – Espírito Bernardin) “Há [Espíritos] que, mas esse estado é temporário e dependendo do desenvolvimento de suas inteligências. Há, certamente, como há homens que só para si mesmos vivem. Pesa-lhes, porém, essa ociosidade e, cedo ou tarde, o desejo de progredir lhes faz necessária a atividade e felizes se sentirão por poderem tornar-se úteis.” (O Livro dos Espíritos, item 564)

Em suma, a espiritualidade nos oferece um roteiro para a superação das dores da alma, não através de soluções mágicas, mas por meio do trabalho interior, da prática do bem e da compreensão das leis divinas que regem o universo e a nossa própria evolução. É um convite à ação, à reflexão e, acima de tudo, ao amor.

Fonte: Pesquisa realizada e conteúdo organizado pela Equipe Um Caminho

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COMENTÁRIOS RECENTES

  1. Sérgio Luiz de Oliveira em Quem Somos

    Gostaria de ter esses ensinos impresso

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