O homem caridoso faz o bem ocultamente; dissimula suas boas ações, enquanto que o vaidoso proclama o pouco que faz. “A mão esquerda deve ignorar o que dá a direita”, disse Jesus. “Aquele que faz o bem com ostentação já recebeu sua recompensa”.
Dar em segredo, ser indiferente aos elogios dos homens, é mostrar uma verdadeira elevação de caráter, é se colocar acima dos julgamentos de um mundo passageiro e procurar a justificação de seus atos na vida que não termina.
Nessas condições, a ingratidão e a injustiça não podem atingir o homem caridoso. Ele faz o bem porque é seu dever e sem esperar nenhuma vantagem, nenhuma recompensa; deixa a lei eterna o cuidado de fazer gotejar as conseqüências de seus atos, ou melhor, nem pensa nisso. É generoso sem cálculo. Para estimular os outros, sabe privar-se a si mesmo, ciente de que não há nenhum mérito em dar seu supérfluo. É por isso que o óbolo do pobre, a moeda da viúva, o pedaço de pão repartido com o companheiro de infortúnio, têm mais valor do que a generosidade do rico. O pobre, na sua penúria, pode ainda socorrer o mais pobre que ele.
Há mil maneiras de se tornar útil, de vir em socorro de seus irmãos. O ouro não tarifa todas as lágrimas e não pensa todas as feridas. Há males para os quais uma amizade sincera, uma ardente simpatia, uma efusão da alma farão mais do que as riquezas.
Sejamos generosos para com aqueles que sucumbiram na luta contra suas paixões e foram arrastados para o mal, generosos para com os pecadores, os criminosos, os endurecidos. Sabemos nós por que fases suas almas passaram, que tentações suportaram antes de falir? Tinham esse conhecimento das leis superiores que sustentam na hora do perigo? Ignorantes, incertos, agitados por todos os sopros externos, podiam resistir e vencer? A responsabilidade é proporcional ao saber; mais será pedido àquele que conhece a verdade.
Tudo que o homem faz pelo seu irmão grava-se no grande livro fluídico cujas páginas se desenrolam através do espaço, páginas luminosas onde se inscrevem nossos atos, nossos sentimentos, nossos pensamentos. E essas dívidas nos serão pagas amplamente nas existências futuras.
Nada fica perdido, nada fica esquecido. Os laços que unem as almas através dos tempos são tecidos com os benefícios do passado. A sabedoria eterna tudo regulou para o bem dos seres. As boas obras executadas aqui na Terra tornam-se, para o seu autor, a fonte de infinitas alegrias no futuro.
A perfeição do homem se resume em duas palavras: caridade, verdade. A caridade é a virtude por excelência; ela é de essência divina. Irradia sobre os mundos, reaquece as almas como um olhar, como um sorriso do eterno. Ultrapassa em resultados o saber, o gênio. Esses não caminham sem o orgulho. São contestados, às vezes, desconhecidos, mas a caridade, sempre doce e benevolente, enternece os corações mais duros, desarma os espíritos mais perversos, inundando-os de amor.
Fonte: extraído do livro “Depois da Morte”, de Léon Denis. Editora Léon Denis.
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