Doutrina Espírita, Dúvidas dos leitores

Dúvidas dos leitores – Jesus foi um espírito especial que evoluiu em “linha reta”?

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Dúvida:

Teria sido Jesus um espírito que não cometeu erros e, em suas múltiplas existências, sempre praticou o bem a ponto de evoluir mais rapidamente do que os demais, ao ponto de tornar-se referência para toda a humanidade? Ou Jesus é um espírito diferente de todos os demais seres humanos, que não foi submetido ao processo de reencarnações sucessivas para seu aperfeiçoamento moral?

 

Resposta:

Ramatis: Sem dúvida, Jesus é atualmente o nosso Irmão Maior, a entidade mais sublime no governo do orbe terráqueo! É o Guia, que através do Código Moral do Evangelho, conduz o homem à Realidade Divina! Espírito indefinível para nós, que mal iniciamos a jornada do bem, é o “Caminho, Verdade e Vida”, porque viveu em si mesmo, durante o seu desenvolvimento consciencial, os mesmos equívocos, pecados, vícios, deslizes e paixões, que são próprios de toda a humanidade, ainda imatura.Em face do seu progresso espiritual alcançado através de incontáveis encarnações físicas, cujos orbes já se transformaram em poeira cósmica, Jesus esquematizou  o roteiro para a libertação da humanidade espiritual do planeta Terra, da qual ele é o titular, através do sublime Evangelho! Jesus nasceu, amadureceu e angelizou-se até atingir o magistério divino, defrontando e vencendo em si mesmo pecados, acertos, equívocos, glorificações e frustrações de todos os homens, ao mesmo tempo que cultivava e sublimava as virtudes latentes em seu espírito.

Se a evolução de Jesus tivesse sido diferente dos demais espíritos e especificamente em “linha reta”, desobrigado de quaisquer equívocos ou vacilações, é evidente que Deus teria privilegiado um filho mais simpático com alguma faculdade incomum, virtude excelsa, graça prematura ou sabedoria inata, traindo uma censurável preferência egoística humana!

Essa graça, ou mercê pessoal e divina exclusivamente a Jesus, então, desmentiria a tão propalada Justiça do Criador, que seria assim capaz de praticar atos tão discutíveis e censuráveis, como qualquer homem imperfeito. E o Divino Mestre também não seria o símbolo  glorioso ou a matriz fiel da verdadeira conduta humana, mas indigno de ser o “Guia da Humanidade”, em face da extravagância de querer ensinar aos seus alunos aquilo que ainda não aprendeu a viver, nem sofreu em si mesmo!

Enquanto os demais filhos de Deus deveriam seguir pelas sendas tortuosas do sofrimento e das vicissitudes humanas, a fim de apurar a sua sensibilidade psíquica e lograr a metamorfose do futuro anjo, Jesus então seria um privilegiado teledirigido por um “radar espiritual” capaz de guiá-lo tranquila e corretamente pelos labirintos educativos mais complexos e dolorosos da vida física! Jamais ele poderia depois distinguir o certo do errado, o autêntico do falso, o sadio do enfermiço, ou o bem do mal, sem participar dos problemas gravosos e atrozes de todos os homens! E Jesus nada mais seria do que um “robô”, ou fantoche movido pelos cordéis divinos, numa prematura e injustificável promoção sideral!

Aliás, não há desdouro algum para Jesus ter evoluído sob o regime da mesma lei a que se sujeitam todos os demais espíritos. Mas é justamente o fato dele ter alcançado o conhecimento, e, também, a sublimação através das incontáveis vidas físicas, que o consagram digno de guiar e salvar a humanidade! A sua vida e paixão, cujo martírio terminou na cruz, é o esquema do verdadeiro comportamento, que o homem deve adotar diante de todas as lutas, tragédias, explorações, pilhagens e ingratidões entre os seus próprios irmãos imaturos.

 

Pergunta: Mas é certo que o Mestre Jesus sofreu, realmente, o seu calvário até o sacrifício até o sacrifício da cruz! Não é assim?

Ramatis: A paixão de Jesus e o seu holocausto na cruz, constituíram a imorredoura lição de um Avatar, ou Mentor Sideral, quando plasmar na face de um orbe físico, como é a Terra, o esquema educativo e a síntese dos ciclos encarnatórios educativos, que promovem a libertação dos espíritos e os desvincula da vida animal!

Conforme escrevemos em obra anterior, o verdadeiros sacrifício de Jesus não foi apenas durante aquelas horas amargas, desde o pretório romano até o seu último suspiro na cruz! Mas isso compreende e abrange a sua indescritível operação de abaixamento vibratório, qual ave sideral abandonando a atmosfera eletiva paradisíaca, para amoldar-se à gaiola estreita da carne humana e entregar ao vivo a mensagem do Amor que salva os homens! Jesus despendeu mais de mil anos do calendário terreno, num descenso atroz, a fim de ajustar-se, campo por campo, cada vez mais restritos e coercitivos, até alcançar a matéria e modelar o seu corpo carnal no ventre feliz de Maria. Nascendo e vivendo sob o regime comum da vida de todos os homens, Jesus não somente foi o melhor e o mais puro dos homens, como ainda o mestre fiel, amoroso e sábio, em cuja peregrinação física ensinou ao homem a sua libertação definitiva da carne.

 

Fonte: extraído do livro “O Evangelho à Luz do Cosmo”, de Hercílio Maes, pelo espírito Ramatis. Editora Freitas Bastos.

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