Doutrina Espírita, Instrução dos Espíritos

A hora da verdade para os que abraçaram a Doutrina Espírita

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Formamos uma grande família, na sublime família universal, uma equipe de espíritos afins.

Vinculados uns aos outros desde o instante divino em que fomos gerados pelo Excelso Pai, vimos jornadeando a penosos contributos de sofrimentos, em cujas experiências, a pouco e pouco, colocamos os pilotis de segurança para mais expressivas construções…

Errando, repetimos a tarefa, tantas vezes quantas se nos façam imprescindíveis para a fixação das lições superiores no recôndito do espírito necessitado.

Ambiciosos, desertamos das diretrizes seguras da renúncia e da humildade para mergulharmos em fundos fossos, onde nos detivemos tempo sem conto, até que soassem os impositivos restauradores, concedendo-nos oportunidade de reaprender e reencetar serviços interrompidos.

Por esses e outros vigorosos motivos, temos avançado lentamente, enquanto outros companheiros, intimoratos, se ergueram do caos e conseguiram ultrapassar os limites, em que, por enquanto, ainda nos detemos.

Soa-nos, porém, a hora libertadora e o instante é azado.

Luz ou treva!

Decisão definitiva de libertação ou fixação nos exercícios repetitivos da própria inferioridade.

Cristo nos convoca, outra vez, ao despertamento e ao trabalho de soerguimento pessoal, que em última análise é o de soerguimento da Terra mesma.

Não é a primeira vez que nos chega a voz do “Cordeiro de Deus”, concitando-nos à redenção, ao avanço, à sublimação…

Rogamos reencarnações dolorosas, em que a lepra nos dilacerasse a carne fantasista, ou a alucinação nos dominasse as paisagens mentais, ou a demência nos fizesse esquecer, temporariamente, as impressões mais profundas, ou o câncer nos minasse as energias, impedindo-nos de maiores derrocadas, ou a viuvez, a orfandade, a paralisia decorrente dos surtos de epidemias constantes e guerras soezes, como recursos salvadores, a fim de meditarmos, refletirmos e desejarmos a luz do esclarecimento libertador…

Pareciam inúteis os celestes apelos na acústica do nosso espírito atribulado.

Reencarnamos e desencarnamos sob angústias e ansiedades, formulando planos e os destruindo, rogando retornos apressados com que nos pudéssemos reabilitar em definitivo, sem que lobrigássemos o êxito que desejávamos realmente perseguir…

Transcorreram séculos em vais-e-vens infelizes…

Nossos mentores Espirituais, apiedados da nossa incúria e sandice, intercederam sempre por nós, fazendo que nos fossem facultadas novas investiduras no domicílio corporal.

E, há cerca de 150 anos atrás, quando se preparavam os dias da Codificação Espírita, quando se convocavam trabalhadores dispostos à luta, quando se anunciavam as horas preditas, quando se arregimentavam seareiros para a Terra, escutamos o convite celeste e nos apressamos a oferecer nossas parcas forças, quanto nós mesmos, a fim de servir, na ínfima condição de sulcadores do solo onde deveriam cair as sementes de luz do Evangelho do Reino.

O labor assumia proporções, dantes, quase, jamais igualadas…

Foi Allan Kardec, indubitavelmente, o insigne herói daquela hora e o exemplo insuperável para os tempos porvindouros, quem tomou a bússola da Razão e conduziu com segurança a barca da Fé.

Abandonou tudo e arriscou-se, pois tinha a certeza da legitimidade dos postulados que os Espíritos lhe ofereciam.

Não há sido pequeno o trabalho envidado pelos Administradores Espirituais das nossas vidas, a fim de nos reunir, de nos acercarmos uns dos outros, após incessantes períodos de disputas infelizes, de justas inexplicáveis, de idiossincrasias domésticas…

Já não se dispõe de tempo para futilidade nem tampouco para ilusão.

Necessário lidar com Espíritos resolutos para a tarefa que não espera e o dever que não aguarda.

Há muito por fazer, que deve ser feito: sem a presunção jactanciosa, que empesta as melhores expressões do serviço, nem os injustificáveis receios, que turbam a claridade dos horizontes de trabalho.

Devidamente arregimentados, iniciemos o labor, partindo do lar, que deverá permanecer sobre as bases sólidas de amor, de entendimento e de fraternidade, de modo a resistir às investidas da insensatez e da leviandade, que nos não podemos permitir.

Estamos no lugar certo, ao lado das pessoas corretas, vivendo com aqueles que nos são os melhores elementos para a execução do programa.

A pretexto de novas experiências ou fascinados pela utopia de novas emoções, não perturbemos o culto dos deveres a que nos jugulamos com fidelidade.

Tenhamos paciência e vigiemos!

Somente resgatamos o que devemos.

Apenas seremos atingidos nas fraquezas que necessitamos fortalecer.

Nosso Guia Seguro continua sendo Jesus.

A qualquer ataque, o silêncio, que é a lição de coragem pouco conhecida. O defensor da nossa honra e do nosso trabalho é o Senhor. A nós nos cabe a glória de servir, sem pretensão.

Sem pressa, por significar esse trabalho excelente campo a comprovações firmes e indubitáveis, perseveremos, mesmo quando, aparentemente, os resultados parecerem tardar ou não corresponderem às nossas aspirações…

Reunamo-nos todos, com freqüência, a fim de dirimirmos dificuldades e incompreensões, em encontros de ação cristã.

Há demasiados sofrimentos aguardando nossa ajuda fraternal.

Se não conseguirmos avançar em grupo, sigamos, assim mesmo, conforme nossas forças.

Todos nos constituímos peças de engrenagem feliz para a construção do “reino de Deus” que já se instala na Terra.

As muitas aflições chamarão em breve o homem para as realidades nobres da vida.

Os valores que passam, apenas transitam… Não nos fascinemos com eles nem os persigamos.

Nossas são a taça de fel, a pedrada, a difamação, quiçá a cruz…

Depois de tudo consumado, porém, conforme  acentua o Mestre: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos Céus”.

Não será fácil. Nada é fácil. O fácil de hoje foi o difícil de ontem, será o complexo de amanhã. Quanto adiemos agora, aparecerá, depois, complicado, sob o acúmulo dos juros que se capitalizam ao valor não resgatado.

…E unidos uns aos outros, entre os encarnados e com os desencarnados, sigamos.

Jesus espera: avancemos!

 

Fonte: extraído do livro “Após a tempestade…”, de Divaldo Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis. Livraria Espírita Alvorada Editora. Texto editado do capítulo “Os Novos Obreiros do Senhor (Labor em Equipe)”.

 

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