Explanavam os aprendizes, acaloradamente, sobre as necessidades de preparação para o Reino Divino.
Filipe, circunspecto, salientava o impositivo da meditação. Tiago, o mais velho, opinava pelo retiro espiritual; os discípulos do movimento renovador, a seu ver, deviam isolar-se em zona inacessível ao pecado. João optava pela adoração constante, chegando ao extremo de sugerir o abandono das atividades profissionais, por parte de cada um, a fim de poderem entoar hosanas contínuos ao Pai Amantíssimo. Bartolomeu destacava a necessidade do jejum incessante, com abstenção de todo contato com as pessoas impuras.
Chamado à manifestação direta pela palavra indagadora de Simão, Jesus perguntou, nominalmente:
– Pedro, qual é a água que desprende miasmas pestilenciais?
– Sem dúvida – respondeu o apóstolo, intrigado -, é a água estagnada, sem proveito.
Sorridente, dirigiu-se ao filho de Alfeu, indagando:
– Tiago, qual é o peixe que flutua inerte na onda?
– É o peixe morto, Senhor – redarguiu o discípulo, desapontado.
– Bartolomeu, qual é a terra que se enche de matagais daninhos à plantação útil?
O interpelado pensou, pensou e esclareceu:
– Indiscutivelmente, é a terra boa desprezada, porque o solo empedrado e áspero é quase sempre estéril.
O Mestre, evidenciando sincera satisfação, concentrou a atenção em Tadeu e inquiriu:
– Tadeu, qual é a túnica que se converte em ninho da traça destruidora?
– É a túnica não usada.
Endereçando expressivo gesto a Judas, interrogou:
– Que acontece ao talento sepultado?
– Perde-se por inútil, Senhor.
Logo após, assinalou com o olhar um dos filhos de Zebedeu e falou, mais incisivo:
– Tiago, onde se acoitam as serpentes e os lobos?
– Nos lugares em ruína ou votados ao abandono.
– André – disse o Cristo, fixando o irmão de Pedro -, qual é, em verdade, a função do fermento?
– Mestre, a missão do fermento é dar vida ao pão.
Em seguida, pousando nos companheiros o olhar penetrante e doce, acrescentou, bem-humorado:
– O Templo está repleto de adoradores e a miséria rodeia Jerusalém. Se a luz não serve para expulsar as trevas, se o pão deve fugir ao faminto e se o remédio precisa distanciar-se do enfermo, onde encontraremos proveito no trabalho a que nos propomos? O Reino Divino guarda o imperativo da ação por ordem fundamental. Sigamos para adiante e propaguemos a verdade salvadora, através dos pensamentos, das palavras, das obras e de nossas próprias vidas. O Todo-Sábio criou a semente para produzir com o infinito. Desce do alto a claridade do Sol cada dia para extinguir as sombras da Terra. Não é outro o ministério da Boa Nova. Amar, servindo, é venerar o Pai, acima de todas as coisas; e servir, amando, é amparar o próximo como a nós mesmos. Pautar-se por estas normas, em nosso movimento de redenção, é praticar toda a Lei.
Fonte: extraído do livro “Jesus no Lar”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Neio Lúcio. Federação Espírita Brasileira.
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