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Lucidez

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Como seguidores de Jesus Cristo, todo nós o buscamos como o Caminho, a Verdade e a Vida. Encontramos nele a palavra de sabedoria, a inspiração e a mensagem renovadora.

Por outro lado, podemos igualmente descobrir outras fontes de conhecimento extraordinárias, através de ensinamentos superiores transmitidos por homens notáveis e líderes espirituais, lições que maravilhosamente reforçam o ensino cristão, ao invés de enfraquecê-lo.

Se observarmos esses “luminares da fé”, veremos que todos compartilhavam da mesma base ou convicção, cujas raízes estavam fundamentadas em Deus e nas leis divina ou naturais. Eles tornaram a mensagem cristã mais forte, mais robusta, mais sólida, com seus exemplos e lições de compaixão, trabalho interior, perseverança, perdão, paciência e paz.

Ao estudarmos as filosofias e religiões orientais, podemos nos certificar de que Buda jamais se declarou um deus ou um salvador, mas afirmava ser uma criatura que atingira a iluminação por meio da autorreflexão; ou um caminhante que encontra o próprio caminho. Buda não induzia as pessoas a adorá-lo, mas seguir suas experiências de vida e seus exercícios espirituais, a fim de que cada um encontrasse a própria iluminação. Ele indicava o caminho da auto realização, todavia jamais se proclamou um caminho a ser seguido.

Consulta Allan Kardec os Obreiros da Vida Maior: “A visão dos Espíritos é circunscrita como nos seres corpóreos?” E eles respondem: “Não, ela reside neles”.

A visão dos Espíritos Superiores está estabelecida na sua intimidade, quer dizer, ela não está restrita a algum lugar, mas é uma lucidez que abrange toda a alma.

Quem vê e compreende claramente as coisas possui disposição, vontade, humor e coragem, pois não fica “arrebatado pelo futuro” nem “preso ao passado”. Só quando estamos em contato com nós mesmos é que adquirimos perfeita visão de como diminuir ou aumentar o ritmo das coisas em nossa vida. Viver prazerosamente fundamenta-se em ver com clareza íntima como estão agindo em nós o desejo e o apego.

No desejo, corremos ansiosamente a fim de conquistar a qualquer preço o que não temos. No apego, paralisamos o passo, agarrando-nos a tudo aquilo que já possuímos.

Buda alerta que não devemos permitir que o julgamento dos outros determine quem somos e o que devemos sentir ou fazer. A propósito, não devemos deixar que o ponto de vista dos outros decida a hora de correr, desacelerar o passo ou parar completamente.

Se nós deixarmos que os elogios e as críticas das pessoas afetem nosso senso íntimo, então seremos prisioneiros do juízo alheio e perderemos a alegria de viver.

Estar em contato com nós mesmos é estar ligado inteiramente na própria alma. Nosso mundo íntimo tem como atividade natural uma função denominada “mensageira”, que nos traz, por meio dos sentimentos, os sinais que nos permite proteger e dirigir a própria existência.

Precisamos perceber e valorizar nossos sentimentos e emoções, porque eles são o sal da nossa vida. Disse Jesus: “Vós sois o sal da Terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens”. “Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros”.

As emoções são as melhores informantes do nosso mundo interior e exterior; elas nos avisam, acima de tudo, sobre aquilo que devemos ou não fazer. É observando-as com atenção e submetendo-as ao nosso bom senso que saberemos como nos conduzir nas relações sociais, afetivas, profissionais e outras tantas.

O desejo e o apego, privados da consciência reflexiva, estreitam nossa visão de felicidade, descartando novas possibilidades de uma vida pacífica e alegre.

Enquanto vivermos de forma mecânica, irrefletida e sem a intervenção consciente da lucidez e do discernimento, nos privaremos de possuir uma mente tranquila e um coração pacificado.

Fonte: extraído do livro “Os prazeres da alma”, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed. Editora Boa Nova.

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