A reencarnação, Doutrina Espírita

Como funciona a nossa programação espiritual?

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Antes de renascer na carne, cada Espírito elabora uma programação a cumprir.

Orientado por amorosos e sábios Guias, ele se decide por determinadas vivências.

Esse plano é habitualmente precedido de uma incursão pela memória do candidato à reencarnação.

Salvo o caso de almas muito valorosas, a recordação é algo restrita, a fim de não desequilibrar o Espírito.

É que uma parte muito considerável dos Espíritos cometeu incontáveis equívocos
antes de optar pelo bem.

A misericórdia Divina costuma lançar um véu sobre o passado, para permitir o soerguimento do ser, mas chega uma hora em que ele já entesourou bastante compreensão da vida e se habituou a perdoar.

Quando a alma se ocupa de amar e esquece de condenar é que pode recordar mais amplamente o que viveu.

A compaixão que aplica naturalmente ao semelhante a credencia a conhecer seu histórico e a perdoar-se também.

Enquanto o amor não domina o ser, este segue tateando em sua evolução.

Mas sempre conta com o apoio de amigos mais evoluídos, que o auxiliam
a planejar as futuras vivências.

O livre-arbítrio é costumeiramente respeitado e ninguém se obriga a viver o que não deseja.

O Espírito, por sua conta e risco, pode protelar por um tempo o próprio reajustamento com as leis cósmicas.

Entretanto, não há paz e bem-estar sem consciência tranquila.

Mais cedo ou mais tarde, ele resolve se dignificar perante os próprios olhos.

O espetáculo da felicidade dos bons Espíritos é um estímulo tentador para quem segue na retaguarda.

Entre permanecer desequilibrado e trabalhar pela própria felicidade, o trabalho parece altamente desejável.

Certa exceção quanto à liberdade na escolha das provas e expiações ocorre no caso de Espíritos muito endurecidos.

Se a liberdade integra a Lei Divina, o mesmo ocorre com o progresso.

Todos os Espíritos devem evoluir para Deus.

Quando conscientes, participam ativamente das decisões sobre o que precisam viver.

É até comum que peçam provas demasiado rudes, no afã de progredir rapidamente.

Então, os amigos espirituais buscam convencê-los a serem mais modestos em sua pretensão.

É melhor avançar mais lentamente do que falir em um projeto grandioso.

Contudo, quando o Espírito é renitente no mal ou um contumaz preguiçoso,
pode ser conduzido a uma existência que não deseja.

Seres que enlouqueceram em vivências cruéis ou que perderam o discernimento em rebeldias contra as Leis Divinas são momentaneamente tutelados em seu refazimento.

O ser é tão mais livre quanto mais consciente de seus deveres.

Não ocorreria a nenhum pai deixar a criança decidir se vai ou não para a escola.

Como nenhum pai sensato obrigaria o filho a cursar uma faculdade que detesta.

Em tudo, deve vigorar equilíbrio e respeito a quem tem maturidade para autodeterminar-se.

Assim, com base em liberdade, responsabilidade e conhecimento do passado,
são programadas as existências terrenas.

Não se trata de um roteiro minucioso ou de um destino inexorável.

Alguns eventos marcantes são programados, mas a conduta a ser adotada é de inteira responsabilidade do reencarnante.

Este é livre para comportar-se dignamente ou para rebelar-se e fugir ao dever que se apresenta em sua vida.

O relevante é que ninguém é vítima indefesa de forças caprichosas ou arbitrárias.

Em tudo se tem a Justiça Cósmica, que aproveita erros e acertos humanos para conduzir os Espíritos à felicidade.


Fonte Redação do Momento Espírita, página “Discípulos de Allan Kardec, no Facebook.

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