Deus, Fé e Religiosidade

A fé Divina e a fé humana

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A fé é o sentimento que nasce com o homem sobre o seu destino futuro. É a consciência que ele tem das suas imensas capacidades, cujo gérmen foi nele depositado, a princípio adormecido, e que lhe cumpre no tempo fazer germinar e crescer por força de sua vontade ativa.

Até o presente, a fé foi apenas compreendida em seu sentido religioso, porque o Cristo a revelou como uma poderosa alavanca, mas apenas viram n’Ele o chefe de uma religião. O Cristo, que realizou milagres verdadeiros, mostrou, por esses mesmos milagres, o quanto pode o homem quando tem fé, ou seja, quando tem a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode se realizar. Os apóstolos, assim como Ele, também não fizeram milagres? E o que eram esses milagres senão efeitos naturais, cuja causa era desconhecida dos homens então, mas que, hoje, em grande parte se explicam e se compreendem completamente pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo? A fé humana ou divina, conforme o homem aplique as suas capacidades em relação às necessidades terrenas ou aos seus anseios celestes e futuros.

O homem de muita inteligência, o gênio, que persegue a realização de algum grande empreendimento, triunfa se tem fé, pois sente que pode e deve atingir sua meta, e essa certeza lhe dá uma imensa força. O homem de bem que, acreditando no seu futuro celeste, quer preencher sua vida com nobres e belas ações, tira de sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e, aí, então, se realizam os milagres da caridade, de devotamento e de renúncia. Enfim, com a fé, não há tendências más que não possam ser vencidas.

O magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé colocada em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos que antigamente eram qualificados como milagres.

Eu repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados estivessem cientes da força que trazem em si mesmos e se quisessem por sua vontade a serviço desta força, seriam capazes de realizar o que, até agora, chamamos de prodígios, e que não passam de um desenvolvimento dos dons e capacidades humanas.

Um Espírito Protetor – Paris, 1863.

Fonte: extraído do livro “O Evangelho Segundo O Espiritismo”, de Allan Kardec. Federação Espírita Brasileira.

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