Os Espíritos têm uma forma determinada, limitada e constante? Os Espíritos gastam algum tempo para percorrer o espaço? O pensamento não é a própria alma que se transporta? O Espírito que se transporta de um lugar a outro tem consciência da distância que percorre e dos espaços que atravessa, ou é subitamente transportado para o lugar aonde quer ir? A matéria oferece algum obstáculo aos Espíritos? Os Espíritos têm o dom se dividir ou estar em vários pontos ao mesmo tempo?

Compreende-se que o princípio de onde emanam os Espíritos seja eterno, mas o que perguntamos é se sua individualidade tem um fim e se, num dado momento, mais ou menos longo, o elemento do qual são formados se dispersa e retorna à massa de onde saiu, como acontece com os corpos materiais. É difícil compreender que uma coisa que começou não possa acabar. Os Espíritos têm um fim?

Não solicites o desaparecimento das pedras de teu caminho. Insiste na recepção de pensamentos que te ajudem a aproveitá-las. Não supliques a extinção das dificuldades. Procura meios de superá-las, assimilando-lhes as lições. Nada existe sem razão de ser, pois a Sabedoria do Senhor não deixa margem à inutilidade. O sofrimento tem a sua função preciosa nos planos da alma, tanto quanto a tempestade tem o seu lugar importante na economia da natureza física. Aceitemos o nosso dia de serviço, onde e como determine a Vontade Sábia do Senhor.

Muitos pais garantem o conforto material dos filhinhos, mas lhes relegam a alma a lamentável abandono. O prato de refeição é importante no desenvolvimento da criatura, todavia, não podemos esquecer “que nem só de pão vive o homem”. Não basta alimentar minúsculas bocas famintas ou agasalhar corpinhos enregelados. É imprescindível o abrigo moral que assegure ao espírito renascente o clima de trabalho necessário à sua sublimação. Não desprezes, pois, a criança, entregando-a aos impulsos da natureza animalizada.

Quanto aos que nem sequer os quisessem receber, nem ouvir, recomendou Jesus aos apóstolos que os amaldiçoassem, ou que se impusessem a eles, para os constranger a se converterem? Não, mas que se retirassem pura e simplesmente, à procura de gente de boa vontade. Não violenteis, portanto, nenhuma consciência; não forceis ninguém a deixar a sua crença para adotar a vossa; não lanceis o anátema sobre os que não pensam como vós. Lembrai-vos das palavras de Cristo: antigamente o céu era tomado por violência, mas hoje o será pela caridade e a doçura.

A obediência é o consentimento da razão; a resignação é o consentimento do coração. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual, seu vício é a indiferença moral. Obedeceis à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Infeliz do Espírito preguiçoso, daquele que fecha seu entendimento! Infeliz, porque nós, que somos os guias da humanidade em marcha, o chicotearemos, e forçaremos a sua vontade rebelde, com o duplo esforço do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa deverá ceder, cedo ou tarde. Mas bem-aventurados os que são mansos, porque darão ouvidos dóceis aos ensinamentos.

O bem ou o mal, tendo sido semeados, crescerão junto de nós, de conformidade com as leis que regem a vida. O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação. Muitos Espíritos, de corpo em corpo, permanecem na Terra com as mesmas recapitulações durante milênios. Somente o bem pode conferir o galardão da liberdade suprema, representando a chave única suscetível de abrir as portas sagradas do Infinito à alma ansiosa.

Todos aqueles que cultivam o estudo espírita e, hoje, já se inquietam na busca de encontrar alguma forma de servir ao próximo, precisam compreender melhor o peso de sua responsabilidade. Como trabalhadores voluntários da última hora, necessitam auscultar a voz interior que lhes remetem aos seus planos reencarnatórios, onde assumiram compromissos inadiáveis na condição de sulcadores do solo onde deveriam cair as sementes de luz do Evangelho do Reino. Há muito por fazer e não será fácil. Mas quanto adiemos agora, aparecerá, depois, complicado, sob o acúmulo dos juros que se capitalizam ao valor não resgatado.

Os Espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações? Temos pensamentos próprios e outros que são sugeridos? Como distinguir os pensamentos próprios daqueles que são sugeridos? Como distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mau Espírito? Por que Deus permite que Espíritos nos excitem ao mal? Pode o homem se libertar da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal? Como se pode neutralizar a influência dos maus Espíritos?