Resistindo a mudanças
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito.” (Romanos, 12:2)
Por que se resiste a mudanças? Qual o princípio que asfixia os germes de renovação que nascem em quase todos os instantes na alma dos discípulos do Evangelho?
Obviamente que não é uma condição natural da vida transformações constantes e súbitas. As ciências que estudam as funções do corpo físico definem homeostase como a tendência à estabilidade do meio interno do organismo. Portanto, a resistência à mudança é um instinto perfeitamente natural e, por isso, compreensível.
Não podemos esquecer que os costumes são instrumentos importantes e determinantes na evolução, porém só quando inspirados do fluxo da Vida Superior. Existe o lado útil das convenções, mas é preciso identificá-lo.
É hábito comum da sociedade aderir muito mais ao rigor do convencionalismo do que se ligar às novidades elaboradas pelas revoluções sociais e morais. Os seres humanos têm medo inato do desconhecido.
Os grandes gênios da civilização oferecem à criatura humana contribuições importantíssimas em todas as áreas do pensamento. Investigaram as leis naturais e cooperaram efetivamente com o avanço da humanidade. Abandonaram o “sábado” da passagem evangélica, que representa a tradição rigorosa, e adotaram a independência interior para perceber “O que é bom, agradável e perfeito”, conforme assevera Paulo aos romanos.
Quando o apóstolo dos gentios escreveu essa exortação, desejava dizer que “a vontade de Deus” regula o aperfeiçoamento da humanidade, mas é preciso que suas criaturas fiquem receptivos à marcha do progresso inspirada por Ele.
É contrassenso valer-nos do nome do Cristo para ficarmos estagnados no interior do “edifício carcomido do passado, que não está mais em harmonia com as necessidades novas e com novas aspirações”.
A resistência a mudança e a renovação que impera na família cristã em seus diversos setores (nas assembleias protestantes, nos templos católicos ou nas casas espíritas) tem raízes:
Na falta de amadurecimento, na privação de instrução generalizada, no egoísmo, na ausência de autoconfiança e em preconceitos.
O Senhor da Vida concede-nos no presente mudança e renovação, para que possamos libertar-nos da ignorância do passado e adquirir conhecimentos para o futuro, rumo à ascensão espiritual.
Batuíra
Fonte: extraído do livro “Conviver e melhorar”, de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado pelos espíritos Lourdes Catherine e Batuíra. Editora Boa Nova.
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