Aos que Sofrem, Utilidade do Sofrimento

Qual a utilidade do sofrimento para ser feliz?

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Justiça das aflições

As compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra somente podem realizar-se na vida futura. Sem a certeza do futuro, estes ensinamentos morais seriam um contrassenso, ou, bem mais do que isso, seriam uma enganação.

Mesmo com essa certeza, fica difícil de se entender a utilidade do sofrimento para ser feliz. Diz-se que é para ter mais mérito. Mas, então, surge a pergunta: Por que uns sofrem mais do que outros? Por que uns nascem na miséria e outros na riqueza, sem nada terem feito para justificar essa posição? Por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece sorrir?

E o que ainda fica mais difícil de entender é ver os bens e os males tão desigualmente divididos entre viciosos e virtuosos e ver os bons sofrerem ao lado dos maus que prosperam. A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica estas desigualdades, que parecem desmentir a justiça de Deus.

Entretanto, desde que se admita a existência de Deus, só se pode concebê-Lo em suas perfeições infinitas. Ele deve ser todo poderoso, todo justiça, todo bondade, sem o que não seria Deus. Se Deus é soberanamente bom e justo, não pode agir por capricho nem com parcialidade.

As contrariedades da vida têm, pois, uma causa e, uma vez que Deus é justo, essa causa deve ser justa. Eis do que cada um deve se convencer: Deus, pelos ensinamentos de Jesus, colocou os homens no caminho da compreensão dessa causa, e hoje considera-os suficientemente maduros para compreendê-la. Eis porque a revela inteiramente pelo Espiritismo, ou seja, pela voz dos Espíritos.

Fonte: extraído do capítulo 5 do  livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec.

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